O bom é inimigo do ótimo: planejamento para cartórios

O bom é inimigo do ótimo: planejamento para cartórios

12 de abril de 2018
Gestão de Cartórios

Tempo estimado de leitura: 4 minuto(s)

Ao escrever o livro sobre indicadores de desempenho explicando a metodologia do BSC, muitas pessoas do setor extrajudicial disseram que fui ousada, pois o sistema é complexo demais para os conhecedores da lei.

Defendi e defendo até hoje que fiz foi estimular uma reflexão para aqueles que estão na zona de conforto e mesmo assim sentem-se incomodados por saber que são empresários e devem buscar conhecimentos também nesta esfera. O livro não mostra “como” agir, nem “o melhor caminho”, porque cada cartório tem um contexto e cada gestor um perfil. Ousado é querer fazer tudo perfeito, ou como descrevem os livros ipsis litteris. Mas o bom é inimigo do ótimo.

Como diria o mestre Jim Collins[1], na maioria das vezes não colocamos nossos filhos em escolas “top”, nem temos governos excelentes, percebemos que ao final da vida nem tivemos uma vida ótima e nem tornamos ótima a vida dos outros, contudo o importante é fazer e dar conta do recado.

Em meu livro, apesar de apresentar uma metodologia de planejamento relativamente simples, até mesmo Kaplan e Norton (2004) enfatizam que há que se levar em consideração dois fatores:

1º) É melhor executar um planejamento mediano do que ficar na eterna busca do planejamento excelente, mas que nunca sai do papel.

2º) Organizações dependem de pessoas, pois são elas que fazem as ideias se tornarem fatos, realidade.

Como as pessoas respondem a estímulos, os funcionários precisam de uma meta profissional (seja individual ou por equipe) e precisam de avaliação de performance periódica para saber se estão trabalhando de acordo com o esperado.

Tenham ciência que somente o planejamento ou o painel de desempenho sozinhos não fazem sentido, mas dentro de um ciclo o planejamento gera resultado. Sendo assim, todo plano precisa de um foco, e precisa ser traduzido em metas com responsabilidades claras para que as pessoas envolvidas entendam (e que faça sentido para elas), a fim de produzir uma gestão eficiente.

As decisões orientadas por indicadores podem influenciar diretamente no desempenho organizacional e traduzir-se como uma ferramenta de apoio aos titulares com o propósito de alinhar os objetivos da serventia ao gerar maior receita, controlar as despesas e mitigar os riscos da profissão. Afinal, “o que não é medido não é gerenciado” (KAPLAN e NORTON, 1997, p.21).

[1] Jim Collins ficou conhecido mundialmente por seus estudos sobre gestão. São mais de 25 anos de pesquisas na área e cerca de 10 milhões de exemplares de livros vendidos. Entre suas obras, destacam-se “Empresas Feitas para Vencer” e o clássico “Feitas para Durar”.

 

Autora: Talita Caldas
Pesquisadora, Consultora e Sócia Fundadora da TAC7 Desenvolvimento Gerencial de Cartórios. Formada em Administração, com pós em Marketing na ESPM e em Gestão Estratégica pela USP, também é autora de diversos artigos e do livro pioneiro “A importância de administrar cartórios com indicadores” (https://goo.gl/HdXktw), publicado em dezembro 2017.
TAC7 Desenvolvimento Gerencial de Cartórios
http://www.tac7.com.br (11) 3214-0874 – (11) 99694-7879

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