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Crises nunca acontecem em um evento único. Nenhuma ocorre em isolamento, ou seja, uma crise é composta por uma sequência de eventos sistêmicos. Se a crise é sistêmica, a solução precisa também ser sistêmica. Então, ao trazer essas premissas para realidade do cartório torna-se necessário:
Para crises de “rotina” (como sequestro de dados; sabotagem, corrupção, infrações éticas; irregularidades financeiras), as organizações podem e devem formalizar direcionamento interno, que envolva medidas de segurança, tais como:
Para todos esses eventos, talvez você já tenha sua equipe treinada e um procedimento por escrito que mostre o que fazer primeiro (quais são as prioridades), como reagir, o que seria uma execução eficiente para o caso, etc., mas lembre-se de ensiná-los proativamente a encontrar o risco para minimizá-lo ou eliminá-lo e não somente identificá-lo. Por exemplo, caso não tenha suas falhas (potenciais riscos) formalizados, inicie perguntando para a equipe quais são as precauções para evitar eventuais situações previsíveis; e ajude todos a refletir sobre os desafios, para então definir o procedimento e treiná-los no discernimento das situações e posterior enfrentamento.
Preventivamente sugerimos uma ferramenta boa e prática para discutir e encontrar solução de problemas: o Brainstorming, em que você passa o problema para a equipe, junto com os objetivos e os recursos e pede para todos pensarem criativamente em uma solução inovadora e resiliente para progredirmos juntos, como negócio, como equipe, como sociedade.
Se o leitor é um gestor que não prestava muita atenção nestas questões, sugiro que a Gestão de Crises seja tão monitorada quanto o Controle de Qualidade. Não obstante, quando se trata de uma crise inédita e originada por uma pandemia como essa que estamos passando e que foge completamente das hipóteses citadas acima, você é forçado a repensar suas estratégias e, para isso precisa ter três pontos de atenção:
Pergunte-se, por exemplo:
Lembre-se de que também é fundamental reorganizar as prioridades com escolhas ou decisões que você nunca tinha imaginado antes: como priorizar quando tudo é importante? Por exemplo: atendo aos clientes ou cuido da saúde dos meus funcionários?
Ou seja, não há por escrito como proceder neste caso e você automaticamente precisa inovar. Logicamente que nesse tipo de crise o líder também sente o caos e sua capacidade de liderança é testada, pois vê a desconfiguração do que antes estava organizado. E é justamente esse líder quem deve incentivar a inovação, mesmo sob estresse e diante de incertezas futuras, além de conduzir seu grupo com confiança e boa comunicação baseada na honestidade e na realidade do contexto.
Para finalizar, deixo a reflexão: todos devem enfrentar a tempestade unidos. Quanto tempo a pandemia do Covid-19 ainda vai durar? Ninguém sabe, mas ela vai passar e quais são os seus planos para ficar mais atento à gestão do seu cartório quando esse novo “normal” chegar?
Autora: Talita Caldas
Pesquisadora, consultora e sócia fundadora da TAC7 Desenvolvimento Gerencial de Cartórios. Formada em Administração de Empresas com pós em Marketing pela ESPM e em Gestão Estratégica pela USP. Trabalha há mais de 18 anos na área de prestação de serviços, concentrando seus últimos três anos somente no estudo e necessidades de gestão notarial e registral. Tem mais de oito anos em projetos na área de inteligência de mercado (Business Intelligence-BI), implantação e gerenciamento de Sistema de Relacionamento com o Cliente (CRM), elaboração de planejamento estratégico, análise de eficiência e produtividade, pesquisa de mercado e pesquisa de satisfação.
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